Pontos de Vista definem a Nossa Vida

Imagem1

Não, Valparaíso não tem essa vista. 

Em poucas palavras, contarei uma história que algumas vezes já ouvi, e que algumas vezes eu já contei.

     Todo dia, uma paciente em tratamento de quimioterapia num hospital, sentava-se a frente do espelho para pentear os cabelos e ver a aparência.
     Num dia, ela reparou que tinha apenas quatro fios de cabelo, e após analisá-los, disse:
     ― Bem, hoje eu vou deixar o meu cabelo partido no meio.
     Dizendo isso, penteou os cabelos para que ficassem divididos.
     No outro dia, a mulher reparou que tinha apenas três fios de cabelo, observando pensativa, disse:
     ― Hoje eu vou trançá-los!
     E como de costume, trançou os cabelos.
     No outro dia, tinha apenas dois fios:
     ― Farei chiquinhas hoje!
     No dia seguinte, um fio de cabelo.
     ― Acho que rabo de cavalo é a solução...
     No outro dia, a mulher olhou-se no espelho e viu que não havia cabelo algum. Estava careca.
     ― Bem, ― Suspirou. ― Pelo menos não preciso pentear o cabelo!
     A mulher sorriu e continuou sua vida...
É tudo questão de ponto de vista. A mulher, sofrendo de câncer, tinha todos os motivos do mundo para se desesperar, para xingar, gritar... Mas ela, determinada, em busca da cura, via o fato dos cabelos caírem, apenas como uma conseqüência da quimioterapia.

Passando pelo blog de um amigo, o Josh Orrico, do blog Sons do Silêncio, vi um post que me deixou pensativo. O que é um lugar bom de se viver?

Josh, responde a perguntas que feitas a ele: "Por que ele não sai de casa, nunca é visto na rua? Ele responde comparando Valparaíso de Goiás a Buenos Aires. Diz que BA, é sim uma cidade para se sair na rua, sentir o cheiro de café e conversar com um estranho na rua. VG, por outro lado, é lugar para se trancar em casa. Fechar as janelas para tentar não ouvir o forró que sai da casa do vizinho.

O que mais me surpreende, é como nós, seres humanos, criamos padrões de perfeição. Por exemplo, homens, tem um padrão de mulher perfeita, e a procuram ao máximo. Mulheres tem um padrão de bolsa/sapato/roupa/homem, que procuram de todo o jeito.

Josh criou um padrão de cidade, uma cidade tão boa, tão tranqüila, tão calma, onde os vizinhos são amigáveis, e os estranhos na rua, são estranhos na rua.

Procurar o lugar perfeito, assim como procurar a mulher perfeita, é para mim, total perda de horizontes. Como dizia o poeta, "a felicidade pode estar do seu lado...", e de fato, pode ser que sim.

Valparaíso de Goiás é uma cidade estranha. Mas não é uma cidade para se trancafiar em casa. Existem pessoas que procuram coisas para fazer. E caso não encontre algo festivo, basta ir à alguma casa de ajuda, alguma instituição de caridade, orfanatos, que sim, precisam de muita mão de obra.

Isolar-se em casa, é perder todo o calor que a luz do sol pode trazer, todo o vento que se pode sentir, e o papo jogado fora com algum estranho na rua. 

Comentários