Introspecção

               Se escrever nada me faz sentir melhor, escrever sobre um tema tem o efeito contrário: começo a ficar frustrado por nunca sair daquele simples e pouco aprofundado parágrafo. Sinto todo o vazio que a folha branca incrivelmente pode proporcionar. Fecho a janela. Abro novamente e começo a escrever outro parágrafo, mas infelizmente, minha capacidade criativa já se esgotou e o ânimo já era. Inútilmente, emprego o utlimo suspiro de ânimo e tento escrever mais uma frase. Falho.

               Mudo o foco. Bebo um café. Como um biscoito/pão/torrada/abacate. Ligo a televisão, vejo Seção da tarde/A tarde é sua!/ Marcia. Desligo a TV. Pego papéis da faculdade. Leio o primeiro parágrafo de Édipo Rei...

“CORO DOS ANCIÃOS DE TEBAS
A ação passa-se em Tebas (Cadméia), diante do palácio do rei ÉDIPO. Junto a cada porta há um altar, a que se sobe por três degraus. O povo está ajoelhado em tomo dos altares, trazendo ramos de louros ou de oliveira. Entre os anciãos está um sacerdote de Júpiter. Abre-se a porta central; ÉDIPO aparece, contempla o povo, e fala em tom paternal...”

Não. Definitivamente não era hora de ler. E agora não é hora de escrever.

Comentários