Brasília precisa de chuva




Há mais de cem dias sem chuva, basta passar pela Esplanada dos Ministérios para ver o quanto aqueles monumentos estão sujos. Encardidos e empoeirados, o cenário de sujeira e falta de zelo está pronto.

A catedral por exemplo, recentemente reformada, com vitrais novos, fica apagada no meio de tanto marrom. Só me lembro de vê-la limpa em abril, quando removeram a lona que cobria a igreja para comemorar os 50 anos da cidade. Naquela ocasião, pude ver o quanto ela reluzia . Mas isso hoje, é lembrança.

Brasília está suja. Suja de gente suja. Manchada com a tinta da corrupção. Há anos, uma corja comanda a política brasileira. Enquanto uns poucos tentam fazer algo para mudar a vida da populção, muitos discutiam quantos hectares devem repartir pra ter algum projeto de lei aprovado. Ou não.

Brasilia precisa de uma chuva. Uma ventania. Uma tempestade, que leve para bem longe toda a sujeira impregnada no Congresso Nacional. Toda a sujeira de que estamos cansados de ver. Toda a sujeira que estamos acostumados a ver.

Essa “chuva”, uma mistura de água e consciência, vai mudar os rumos do Brasil.

Denotativamente falando, a secura que tanto nos atrapalha vai finalmente sumir, e a poeira vai finalmente deixar que as construções sejam mesmo belas.

Conotativamente, cada eleitor é uma gota. E essa gota juntamente com outras 191 480 629, pode limpar Brasília... O desinfetante é a consciência. A nuvem, o voto. O fim da estiagem: 3 de outubro...

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