As Vacas
Na minha estadia na fazenda, pude participar do processo de tirar leite das vacas, e pude ver como é complicado. Para exemplificar o que quero dizer, vou explicar como o que o leite passa até chegar em sua casa.
O primeiro passo é ter uma vaca. E um boi, pra você sabe, surgir um bezerro. Após dar a luz ao bebê-vaca e dada a primeira amamentação, mãe e filho são separados, pois assim, todo o processo vai fazer sentido. Se o bezerro tivesse todo o leite para mamar, não haveria leite para ordenhar, e assim, não haveria leite na sua geladeira agora. Provavelmente teríamos que inventar a lactose artificial, mas isso seria muito caro e ninguém quer gastar dinheiro com algo que se pode ter de graça na natureza. (capitalista, não?)
Pois então, como as vacas – assim como as muié – produzem leite o tempo todo para os filhotes, seus lacto-sacos (haha, será que eu posso chamá-los assim?) ficam cheios de leite e elas têm que fazer alguma coisa com isso, nós colhemos esse leite “excedente”. Simples não? Não.
As vacas já estão tão acostumadas com esse processo. Vai dando o horário da ordenha, elas se agrupam perto do curral. O mesmo acontece com os bezerros. Não é necessário tocá-los (conduzi-los). Basta dar a hora certa que eles também se agrupam no curral. Nessa fazenda, essa ordenha acontece duas vezes por dia, de manhã bem cedo e de tarde.
No curral, onde é feita a ordenha, há um buraco no chão, todo bem acabado, com cerâmica e azulejos, onde uma máquina e as pessoas ficam. Dos lados, existem corredores, dois de cada lado. Pelo mais próximo do buraco, entram as vacas e pelo mais afastado, os bezerros. Esse lugar lembra um lugar muito comum na cidade: uma loja de troca de óleo, por
ter um buraco no chão onde o mecânico trabalha e por pequenos corredores por onde as rodas de um carro entram. Imagine oito vacas, quatro de cada lado, como rodas. Esse é o curral de ordenha.
Depois que cada vaca entra, é a vez de encontrar o bezerro certo de cada vaca. Sim leitor, quando mais vacas leiteiras você tiver em sua fazenda, mais trabalhoso vai ser o processo de achar o bezerro certo para cada vaca. Incrivelmente, nesta fazenda há mais de 70 vacas com bezerro e os funcionários daqui – o dono, o filho dele e um peão – sabem com precisão de quem é quem, e ainda chamam pelo nome: se uma vaca se chama Morena, o bezerro se chamará Moreninho.
Após alocar cada bezerro a sua vaca, abre-se uma portinhola estrategicamente colocada na região das tetas da vaca. O bezerro só tem que enfiar a cabeça lá e mamar. Dois minutos depois, aproximadamente, fecha-se a portinhola. É agora que começam a extração.
Após limpar as tetas das vacas com iodo – pois limpa e não arde – põe-se teteiras, artefato de borracha incrivelmente projetado para simular a boca de um bezerro. A máquina no centro do lugar, produz uma força de sucção que extrai o leite de forma muito rápida, e é enviado para um tanque, que nessa fazenda, armazena 5000 litros de leite.
Depois disso, o leite é coletado periodicamente por uma cooperativa, que processa e comercializa.
Triste deve ser a vida de uma vaca leiteira, que resume-se a comer e entrar no curral para “amamentar”. Entre aspas porque a verdade é bem cruel: as vacas são enganadas e exploradas. Pode ser um pouco radical, mas é verdade. Espero que daqui a alguns anos seja possível extrair leite de forma mais sustentável, e menos agressiva. As vacas agradecem!
Vaca marota no pasto... |
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Próximo post eu vou falar dos 11 gatos!
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Oooun q vacas fofinhass ^^
ResponderExcluirObs: issuh naum foi irôniko :D